No estúdio, o apresentador Sérgio Du Bocage (foto) receberá os jornalistas Leandro Lacerda, Rachel Motta e Cláudia Silva, que foi a primeira jornalista a acompanhar uma seleção brasileira feminina no exterior, em 1988. Por vídeo, vai participar o paratleta Clodoaldo Silva, nadador, e a jornalista Márcia Silveira, jornalista que sofreu racismo na Espanha, como o jogador de futebol do Real Madrid, Vini Jr.
A primeira edição foi ao ar em 27 de junho de 1976 pela antiga TV Educativa do Rio de Janeiro, que atualmente se chama TV Brasil. Ao longo do tempo houve muitas mudanças. Na estreia, a apresentação era feita pelo saudoso jornalista Luiz Mendes, conhecido como "o comentarista da palavra fácil", e o programa tinha o nome de Terceiro Tempo.
Depois de Mendes, a apresentação ficou por conta de Luiz Orlando e a produção se chamava Esporte Total. Na sequência, veio o narrador Januário de Oliveira e a atração esportiva passou a ter o nome de Esporte Visão.
Com um enfarto que afastou temporariamente Januário, o atual apresentador Sérgio Du Bocage ficou à frente do programa por cerca de dois anos, até a volta do titular.
“Eu fui chamado meio às pressas, na véspera, para apresentar o programa pela primeira vez. Foi um dia depois da data de aniversário de Januário, que era 19 de setembro. e fiquei apresentando a mesa."
Na época, não tinha o TP [teleprompter, equipamento onde é possível ler o texto da apresentação sem aparecer na imagem]. Até hoje eu não uso. Acho que aprendi por conta disso e tomei gosto pela nova função, que nunca tinha cogitado”, contou Bocage, que naquele tempo era repórter.
Em 1990, foi a vez de Raul Quadros comandar a mesa de debates. O jornalista foi sucedido pelo veterano narrador esportivo José Carlos Araújo, conhecido como Garotinho, que se transferiu para a TVE/RJ para apresentar o programa que trocou de nome e se tornou Mesa Redonda. Na saída de Garotinho, o comando ficou com o jornalista Maurício Menezes e era chamado, então, de Debate Esportivo. A partir de 1996, o programa dominical ficou sob o comando do narrador Ricardo Mazella, que dividia a apresentação com Bocage.
Já em 2001, com a parceria da TVE/RJ e do jornal O Dia, destaques da imprensa esportiva da época, como Márcio Guedes, Paulo Stein e Alberto Léo foram para a emissora e integraram o caderno de esportes do jornal, o Ataque. A apresentação era feita na redação de O Dia, na Rua do Riachuelo, no Centro da cidade. Além dessas estrelas, a bancada contava com participações fixas de Renato Gaúcho, Francisco Horta e Isabel, do vôlei, além de Bocage.
No ano seguinte, as transmissões voltaram para a sede da TVE, na Rua Gomes Freire, na Lapa, centro do Rio, tendo à frente Márcio Guedes, com o nome de EsporTVisão. A partir deste momento, o programa teve ainda na apresentação Paulo Stein, Sérgio Maurício e Henrique Marques, além de Ricardo Mazella e do próprio Bocage novamente.
Em 2011, o titular da mesa redonda era o jornalista Flávio Winicki. Ele dividia a bancada com Sergio du Bocage, que assumiu a apresentação no ano seguinte. Em 2013, a atração teve renovação no cenário e ganhou o atual nome de No Mundo da Bola que se mantém até hoje na grade de programação da TV Brasil. Quando teve esta última mudança para No Mundo da Bola, o também jornalista Alberto Léo fazia parte do grupo de comentaristas fixos do programa que sucedeu ao EsporTVisão.
Um time de comentaristas passou pela bancada da mesa de debates dominical. Durante este período, a bancada teve profissionais de destaque da imprensa esportiva como Achilles Chirol, Oldemário Touguinhó Sérgio Noronha, Ruy Porto, Roberto Porto, Washington Rodrigues, o jornalista Sérgio Cabral, e ainda personalidades como o ex-jogador e comentarista Gérson, o Canhotinha de Ouro.
Desde a sua criação, o programa conquistou o público. Para o gerente de Esportes da TV Brasil, Paulo Garritano, o programa desperta a memória afetiva dos telespectadores, que em grande parte assistem ao programa desde a infância.
“Cria essa memória afetiva e uma espécie de tradição. Lembro como se fosse hoje. Eu, como torcedor, saía do Maracanã e ia correndo para casa para assistir o debate na TV Brasil e o compacto do jogo. Isso continua com as pessoas que vão ao Maracanã. Tenho certeza que essas pessoas, ao assistirem o programa, lembram um pouco do passado”, relatou.
“Hoje, com a facilidade de internet é fácil ver como foi o jogo, mas naquela época não, poucas emissoras passavam o compacto do jogo. Então, essa história da memória afetiva é não só com telespectador, mas com os atletas que jogavam e corriam para assistir o jogo e se ver na televisão”, concluiu.
“A gente tem que atribuir hoje muita audiência do programa à força do formato dele no passado.”
Garritano contou que o formato do programa que tinha a mesa de debates e, na sequência, apresentava o compacto de um jogo da rodada, foi fundamental para ele decidir o que faria profissionalmente. “Ver esses programas que meu pai assistia teve um papel importantíssimo para fazer jornalismo e jornalismo esportivo. Depois de algum tempo, estar trabalhando em um programa no mesmo formato, com as pessoas que conhecia da televisão, e poder fazer parte e debater, para mim, pessoalmente, é um prêmio”, revelou.
Tanto Garritano como Bocage acreditam que o sucesso e o interesse do público, mesmo sendo tão longevo, se dá também pela renovação pela qual passa o programa.
“Tentar trazer coisas diferentes como a gente está fazendo agora, com um programa temático. Isso é renovação, um programa com temas que hoje são factuais como racismo e homofobia e trazer isso para a mesa”, destacou Garritano.
Garritano acrescentou que este formato também atrai um público, que não está só interessado no comentário sobre os jogos da rodada. “Acho que este programa de domingo, para quem não assiste futebol é interessante, porque vai formar uma opinião e vai fazer a pessoa refletir um pouco. A gente mantém o programa tradicional, mas a gente consegue hoje dar uma inovada e um outro olhar para o programa”, completou.
Para Bocage, outro fator que mantém o interesse do público é que o programa, mesmo sendo de debates, não reproduz discussões acaloradas para serem discutidas em redes sociais.
“Não se vê no nosso programa, não quero usar o termo baixaria, mas não se vê gritaria, discussão, tem polêmicas, mas cordiais. Acho que como somos desde a nossa criação uma TV educativa, temos que ter uma postura voltada para isso também. Comunicação pública, sejamos educados no ar, sem atropelar um ao outro, sem bate boca. Isso não faz com que o programa não seja divertido e atraente”, defendeu.
O público pode participar enviando mensagens de texto pelo WhatsApp com o número (21) 97148-9270. Ao longo do programa, as respostas são lidas ao vivo. Os telespectadores podem ainda manifestar suas opiniões pelas redes sociais.
Além da TV Brasil, pelo canal aberto, a programação pode ser assistida pela TV por assinatura e parabólica. Para saber as opções de sintonia pode acessar o endereço.
Os programas são reproduzidos também no TV Brasil Play, pelo site ou por aplicativo no smartphone. O aplicativo pode ser baixado gratuitamente e está disponível para Android e iOS. Quem preferir tem a opção ainda pela WebTV.