Carla Maria Barreira, 55 anos e também aposentada, saiu da zona sul de São Paulo para assistir ao show. Emocionada, contou que, apesar de amar todas as músicas, nunca teve a chance de ver uma apresentação de Rita. Carla elogiou a homenagem, muito merecida, segundo ela. “Eu gosto de mulheres fortes revolucionárias, independentes, e eu me vejo muito nela. Eu amo a Rita e toda a família, que é linda. Sou apaixonada pelas músicas porque têm letras que realmente tocam a gente, assim como ela, porque ela faz parte da nossa vida também. Como pessoa, como ser humano, mulher como feminista”, disse.
O filho de Rita, Beto Lee, afirmou que foi muito emocionante fazer essa homenagem à carreira e à vida da mãe. Ele disse ainda que as homenagens já haviam sido iniciadas no ano passado, mas, com o falecimento de Rita, a celebração ganha um novo peso. “Ela só deixou a gente de corpo, porque de alma e coração ela está aqui comigo, ela está aqui com todo mundo. Foi emocionante e gostoso. Que venham mais viradas culturais. Ela adorava tocar na Virada Cultural, que é a cara de São Paulo por ser um evento que gira 24 horas para uma cidade que gira 24
A cantora Paula Lima, que foi uma das convidadas, cantando Nem luxo Nem Lixo, também destacou a emoção ao participar, também por essa edição da Virada agregar o valor do pertencimento, que traz vários significados para o evento. “Dentro dessa
Débora Reis, a cantora que assumiu os vocais na homenagem levando ao público músicas marcantes da trajetória de Rita como Coisas da Vida, Doce Vampiro, Todas as Mulheres do Mundo, Ovelha Negra, Jardins da Babilônia, Ando meio Desligado, da fase dos Mutantes, entre outras, contou que foi backing vocal na banda de 2000 a 2014, o que considera um período de grande aprendizado.
“Hoje eu achei que eu fosse chorar, que não ia conseguir, porque é o primeiro show que a gente faz depois que ela se foi. Mas acabei ficando mais nervosa com o som do que com vontade de chorar, então foi ótimo porque não foi uma reestreia de choro. E a Rita também não queria isso. Eu ouvir a voz dela falando ‘vai cantar, bicho! Vai chorar? Não, bicho’. Então eu tenho certeza que lá em cima ela tava pensando ‘divirtam-se e divirta a galera que tá aí, por favor’”.
Também participaram da homenagem o baixista Lee Marcucci, da banda Tutti Frutti, da qual Rita participou nos anos 1970, a cantora Manu Gavassi, que cantou Esse tal de Roque Enrow, letra que conta a história, pela visão de uma mãe, da filha adolescente que muda seu comportamento ao conhecer o gênero musical. Ao final da apresentação, Débora Reis, Paula Lima e Manu Gavassi cantaram juntas o clássico Lança Perfume. “Vocês sabem do carinho que eu tenho pela Rita. É uma honra estar aqui”, disse Manu Gavassi.
Para a secretária de Cultura, Aline Torres, a homenagem foi linda e emocionante, principalmente ao ver o público chorando e cantando as canções de Rita Lee. “Foi a primeira homenagem concreta da cidade de São Paulo. Foi tudo muito bem desenhado e quando eu falei para o prefeito Ricardo Nunes que ia convidar o Beto Lee, ele falou que seria lindo começar o domingo assim. E de fato foi, porque estava