O projeto do escritório Arquitetos Associados foi escolhido, entre outros motivos, justamente pelo diálogo que estabelece com o antigo colégio. “Ele preserva a configuração escolar. Isso foi um ponto muito importante para nós”, enfatizou o diretor da Pinacoteca, Jochen Volz.
As novas instalações fazem com que a Pinacoteca tenha agora mais de 22 mil metros quadrados de área total, incluindo os prédios no Parque da Luz e a Estação Pinacoteca, que funciona a cerca de 500 metros, no edifício do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), órgão de repressão da ditadura militar. A expectativa é que o museu estadual possa receber 1 milhão de visitantes por ano.
As novas instalações, projetadas especificamente para atender às necessidades da instituição cultural, também ajudarão a abrigar o crescimento do acervo de obras e da biblioteca ao longo de mais de um século de história. “A gente opera em dois edifícios que foram adaptados ao longo de décadas para serem museu”, disse Volz, ao comentar as limitações das instalações atuais. O edifício- sede da Pinacoteca foi desenhado inicialmente para o Liceu de Artes e Ofícios.
Foram aplicados nas obras aproximadamente R$ 85 milhões, sendo R$ 55 milhões do governo estadual e R$ 30 milhões doados diretamente pela família Gouvêa Telles.
Na praça central do novo prédio, há uma obra do artista pernambucano Tunga. Uma grande instalação que mistura correntes, caldeirões e cálices em metal escuro por onde passa um feixe de fios de cobre.
No subsolo, foi aberta a exposição Chão da Praça: Obras do Acervo da Pinacoteca. A mostra é uma oportunidade para “expor obras que há muito tempo queríamos expor e não conseguíamos”, disse a curadora da Pinacoteca, Ana Maria Maia,.
Parte são trabalhos complexos de grandes dimensões, como Tteia, de Lygia Pape. A obra, inspirada em teias de aranha, é formada por feixes de fios metálicos que saem do teto até o chão, com uma iluminação que revela ou ofusca as composições, ao depender do ângulo de observação.
Outro destaque é a obra Colar, de Lygia Reinach, que consiste em um colar de contas de cerâmica do tamanho de um melão, que começam também no teto da galeria e se enrolam pelo chão. Há ainda trabalhos em diversas linguagens, como fotografia, pintura e vídeo.
Foi aberta também uma mostra da artista sul-coreana Haegue Yang. São trabalhos com colagens que ocupam as paredes e o teto da galeria, além de instalações que usam persianas plásticas e lâmpadas tubulares fluorescentes.