O presidente da Liga, Rodrigo Rezende, destaca que o Quizomba é o bloco residente do Circo Voador, tradicional casa de shows da Lapa que foi reaberta em 2004, fazendo parte da revitalização do carnaval carioca ocorrido no início dos anos 2000, quando surgiram blocos como o Desliga da Justiça, Fogo e Paixão e Batuque das Meninas.
O bloco nasceu a partir de uma oficina de percussão, atividade que permanece ao longo do ano, preparando ritmistas para tocarem nos eventos do bloco, que vão além do carnaval.
O repertório coloca o ritmo do carnaval em canções pops e dançantes de compositores consagrados como Tim Maia, Jorge Ben Jor, Paralamas, Titãs, Ivete Sangalo e Alceu Valença. A questão racial também está presente, com músicas como Mundo Negro (O Rappa) e Canto das Três Raças (Clara Nunes), que abriram o cortejo de hoje.
Rodrigo lembra que 2023 é o “carnaval de reencontros” depois de dois anos sem a folia dos blocos, devido à pandemia de covid-19, que começou logo após o carnaval de 2020. “O título já fala por si, não é? A retomada é a volta do contato físico e de algo que nos faz cariocas: o carnaval de rua”, diz ele.
Sobre a reunião de blocos em ligas ou associações, Rodrigo explica que elas trazem benefícios importantes para a organização da festa popular. “Um maior poder de diálogo com o Poder Público, possibilidades de captação de recursos ampliadas e muita troca de informações sobre música, estética, cultura, gestão, segurança, informações sobre fornecedores e outros. Na Liga do Zé Pereira, damos muito valor às nossas trocas e felizmente conseguimos atingir os objetivos pensados na concepção”.
A Liga Carnavalesca Amigos do Zé Pereira representa a diversidade do carnaval de rua carioca e reúne nove blocos: Orquestra Voadora, Céu na Terra, Vagalume O Verde, Toca Rauul, Quizomba, Laranjada, Último Gole, A Rocha e Cordão da Bola Preta.