Essas experiências a motivaram a participar de projetos para melhorar as condições de vida em sua comunidade. Inahra foi uma das participantes da plenária que discutiu o saneamento básico pela perspectiva dos direitos humanos, na reunião anual da Comunidade Global de Tecnologia Sustentável e Inovação (G-Stic). O evento ocorre no Rio de Janeiro de 13 e 15 de fevereiro. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é a principal coanfitriã.
“O Lutes atua com a conscientização dos direitos, através da educação popular para a juventude favelada. E a gente percebe que existe um olhar de normalização desses problemas de saneamento. Muito por conta da falta de acesso a outros espaços da cidade. Os jovens geralmente ficam ali na Maré ou em regiões próximas, e não percebem essa diferença. Estão acostumados com lixo todo dia, com enchentes todo dia. Com o passar dos nossos encontros, eles vão criando um olhar mais crítico”.
Outros participantes do debate no G-Stic apresentaram projetos de tecnologia limpa e desenvolvimento sustentável. O engenheiro sanitarista e pesquisador da Fiocruz, Alexandre Pessoa Dias, apresentou um balanço do Programa Nacional de Saneamento Rural (PNSR) no Brasil, que pretende melhorar o acesso dos recursos hídricos e saúde pública para as populações do campo e da floresta.
Marcela Olivera, coordenadora da rede cidadã sobre justiça hídrica Red VIDA, falou sobre a experiência de uma revolta popular que impediu a privatização da água em Cochabamba, na Bolívia.
Miguel Aragón, representante da Organização Pan-Americana da Saúde, também estava presente no evento. Ele reforçou que a universalização da água, do tratamento de esgoto e das condições de higiene adequadas à população fazem parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
O documento foi assinado pelos 193 Estado-membros da Organização das Nações Unidas (ONU). Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 700 milhões de pessoas carecem desses direitos básicos.