Ativistas trans e defensores dos direitos humanos ocuparam as escadarias do parlamento municipal com faixas e cartazes e protestaram contra a discriminação, a violência e a exclusão da população trans de espaços como o mercado de trabalho e a educação.
"Estamos aqui para mostrar que a gente não quer só sobreviver, a gente quer trabalho, vestir, existir, a gente quer sair, ser feliz, buscar nossos direitos sem que a gente possa ser morta na esquina só por a gente ser quem a gente é".
Articuladora do fórum, Wescla Vasconcelos destacou que o cenário de violência contra pessoas travestis e transexuais continua preocupante no Brasil, que, segundo levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), é o país que mais mata essa população.
"Essas mortes não são fatalidades, problemas de saúde ou um acidente de carro. São perseguições ocasionadas por requintes de crueldade que levam ao assassinato. São muitas violências e violações que nosso povo travesti e transexual sofre".
A ativista destaca que muitas vezes as violações aos direitos humanos acontecem dentro de casa, com violência e constrangimentos cometidos pelos próprios familiares.
"Nem dentro de casa e nem na rua estamos seguras", disse. "Temos também muitas demandas no campo da saúde. A saúde está muito atrasada. Temos um cenário grande de falta de acesso à saúde pública por discriminação de profissionais de saúde contra os nossos corpos".
A data escolhida para celebrar o dia da visibilidade trans, 29 de janeiro, faz referência à mobilização ocorrida em 2004 na Câmara dos Deputados para a campanha “Travesti e Respeito”, que levou a um inédito ato de pessoas trans no Congresso Nacional.
*Colaborou Carolina Pessôa, do Radiojornalismo da EBC