Para a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, o crescimento de 0,4% do PIB no terceiro trimestre reflete o desempenho positivo das três grandes atividades econômicas, que são a agropecuária, a indústria e os serviços e ainda todos os componentes da demanda. Juliana destacou, no entanto, que mesmo com esse desempenho positivo, o resultado de julho a setembro mostra perda de força da economia, por apresentar taxa de crescimento menor do que as observadas no primeiro e no segundo trimestres do ano.
O Ibre informou que neste indicador foram incorporadas as novas taxas anuais de 2020 e a nova estrutura de ponderação para 2021, publicados recentemente pelo IBGE. “A partir disso, os números de referência das Contas Nacionais Trimestrais (CNT), divulgados até o segundo trimestre de 2022, foram compatibilizados com os novos dados anuais divulgados. Conforme o IBGE, em 4 de novembro a taxa de variação do PIB de 2020 foi revisada de -3,9% para -3,3%”.
Com a inclusão da nova estrutura de ponderação para 2021, segundo o Ibre, o Monitor estimou que a taxa de crescimento do PIB de 2021 foi de 4,7%, ligeiramente superior à anterior (4,6%) divulgada nas Contas Nacionais Trimestrais.
O Monitor do PIB indicou ainda que o consumo das famílias subiu 5,6% no terceiro trimestre, crescimento que continua impulsionado pelo consumo de serviços. “Desde o segundo trimestre, o consumo de produtos não duráveis também tem apresentado relevância para o crescimento do consumo das famílias. Destaca-se a queda continuada do consumo dos produtos duráveis desde o terceiro trimestre de 2021”.
A formação bruta de capital fixo (FBCF), que corresponde aos investimentos, avançou 5,6% no terceiro trimestre. O segmento de máquinas e equipamentos foi a principal influência por esse desempenho. A análise indicou que apesar de o segmento ter iniciado o ano com taxas expressivamente negativas, mudou a partir do trimestre móvel encerrado em julho, quando passou a crescer. “Esse crescimento é explicado principalmente pelo desempenho das máquinas e equipamentos importados”.
A exportação de bens e serviços também registrou avanço (6,3%) no terceiro trimestre, causado pelo crescimento de praticamente todos os segmentos, com destaque para as maiores contribuições da exportação de bens intermediários e dos serviços. O único segmento da exportação que teve recuo (0,9%) foi o da extrativa mineral.
A importação de bens e serviços também evoluiu (7,4%) entre julho e setembro. O motivo foi o desempenho positivo da importação de serviços, bens intermediários e bens de capital.